8 de janeiro de 2006

Quando vem a noite



Quando vem a noite
a chuva cai.


Se cai de mansinho
não oiço nada.
Mas se cai apressada
ouço-a bater
nas telhas do telhado
que fica zangado
por ter de acordar
de madrugada


- Para onde vais, chuva?
Pergunto eu, estremunhado.


E ela responde
sempre a correr,
sempre apressada:
- Vou lavar as ruas
praças e calçadas
vou regar as flores
os prados e montes
vou matar a sede
aos bichinhos da terra
e dar um abraço
a todas as fontes


Estendo a mão
e fica molhada.


Lá se foi a chuva
sempre apressada

António Mota
Ilustração de Júlio Vanzeler

1 comentário:

Anónimo disse...

olá Gui. Fico admirada como gostas de poesia. É bom iniciar a poesia na tua idade. Continua com esse teu bom gosto. parabéns